sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meus deuses são super-heróis!

Eu me lembro de uma época da minha adolescência, lá pelos 13 anos, na qual não havia ainda internet, os videogames não eram tão avançados e a TV repetia exaustivamente os mesmos filmes na Sessão da Tarde. Assim minhas horas de folga eram muitas vezes compartilhadas com os livros do colégio e as lições de casa. Mas como tinha notas satisfatórias decidi um dia variar. Resolvi pegar alguns gibis que eu tinha sobrando na estante e dar uma olhada. O interesse e o fascínio foram imediatos sendo que naquela época as revistas em quadrinhos eram mais baratas e com a mesada que meu pai me dava eu conseguia comprar mensalmente as HQs que me interessavam. Não demorou muito para eu começar a coleção e nos meus tempos áureos cheguei a acumular mais de 500 revistinhas. Outro aspecto importante da minha juventude foi a questão religiosa, apesar das influencias católica e espírita legadas pela minha família eu nunca fui muito devoto e de certa forma não me preocupava em seguir nenhuma religião, por isso não freqüentava missas e cultos. Dessa forma, recentemente ao ler o livro Nossos Deuses São Super-heróis de Christopher Knowles percebi como os super-heróis vieram a ocupar o papel de deuses na minha juventude, me auxiliando nas definições de conceitos morais e éticos.  
O universo de super-heróis sempre impregnou nossa sociedade, desde a infância eu estava cercado por esse universo, com desenhos na TV, bonecos, camisetas, lancheiras e até roupas de cama. A adolescência não é um período fácil, afinal encaramos mudanças físicas, crises existenciais e formação de valores. Como sabemos, são nos momentos difíceis que nos apegamos à religião, sendo que só invocamos deus quando precisamos dele.
Nos últimos tempos é espantosa a quantidade de filmes que são adaptações de HQs. O cinema manda uma enxurrada de super-heróis com direito a Batman, Homem-aranha, X-men, Capitão América, Lanterna Verde, entre outros. A verdade é que os filmes contemporâneos de ação sempre extraem sua linguagem visual das HQs, como no caso de Matrix, no qual as sequências em slow motion chamadas de bullet time são inspiradas na linguagem de mangá, onde o tempo e o espaço podem ter uma relação diferente do normal. Outro exemplo é o filme 300, inspirado nos quadrinhos de Frank Miller, que demonstra uma estética inovadora para o cinema.


Hoje, os super-heróis representam para alguns o papel antes representado pelos deuses nas sociedades do passado. No mundo antigo, a cultura era inseparável da religião, assim diante de uma aflição um romano não hesitaria em se dirigir a um templo para se consultar com o sacerdote para desse modo realizar uma oferenda ou um ritual em nome de algum deus para se livrar de sua preocupação. Atualmente, muitos jovens buscam involuntariamente respostas e consolo para suas crises existenciais e morais nos super-heróis. Realmente é fácil se identificar com alguns personagens, como o Homem-aranha, que trabalha, estuda, cuida da família (Tia May), tem problemas com a namorada (Mary Jane) e ainda tem contas para pagar como todo mortal. Mas mesmo diante de tantas adversidades ele continua exercendo seu papel e isso serve de estímulo para que muitos continuem a encarar a vida mesmo com tantos problemas, afinal “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Hoje em dia os fãs não rezam para o Super-Homem ou para o Batman, porém quando vemos fãs vestidos como seus heróis prediletos em convenções estamos testemunhado o mesmo tipo de adoração que havia no mundo antigo, onde os celebrantes se vestiam como seus ídolos e encenavam seus rituais em festivais e cerimônias. Em poucos anos as convenções se tornaram celebrações de missas para os novos deuses e para a cultura popular. O cosplay se tornou uma atração importante dessas reuniões e nelas adultos e crianças se sentem a vontade para vivenciar suas fantasias vestidos como seus super-heróis favoritos.  Um grego ou um egípcio antigo poderia não identificar os personagens, mas certamente compreenderia o impulso básico por trás da representação do ritual.
Certamente não há nada de novo na devoção aos super-heróis, pois seus poderes, seus trajes e às vezes até seus nomes foram tirados diretamente das religiões antigas, como Thor, que é um personagem evidentemente baseado na mitologia nórdica. Logo, poderíamos dizer que deuses como Zeus, Apolo e Hórus foram retirados da história e colocados nas revistas em quadrinhos e mais recentemente nos cinemas. Esses deuses atravessaram o tempo e surgiram em uma época onde se tornaram símbolos da cultura popular em uma sociedade permeada por crises econômicas, guerras intermináveis e no qual o individuo não tem mais identidade.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Panther F e SU-85M

Galera, segue abaixo mais fotos do meu Panther f e do SU-85M, que participaram do Brasil Militaire. Os modelos são kits da Dragon na escala 1/35.
O Panther F foi um tanque alemão utilizado no fim da guerra na esperança de salvar Berlim da invasão dos aliados, dessa forma muitas de suas peças e cores não são originais  devido ao desespero defensivo do exército alemão. A pintura e os efeitos foram baseados no trabalho de um modelista chamado Adam Wilder, que desenvolveu uma técnica conhecida como color modulation. Essa técnica é inspirada na arte renascentista para assim criar no modelo perspectiva e noção de profundidade utilizando as cores.

Já o SU-85M é um caça tanque russo usado para combater os blindados alemães e abrir caminho para o exército soviético na frente oriental. Na pintura foi reproduzida uma camuflagem de inverno utilizando a técnica do Hair Spray.