sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Santa Ceia e os signos

Santa Ceia é um afresco de Leonardo da Vinci para a igreja de seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia.

O trabalho se encontra no convento de Santa Maria delle Grazie em Milão que o Duque mandou construir para, entre outras coisas, servir de lugar para sepultar seus familiares. O tema era uma tradição para refeitórios, mas a interpretação de Leonardo deu um maior realismo e profundidade ao lugar.
Leonardo da Vinci passou três anos dando atenção integral a esta pintura o que era fato raro para um pintor versátil.
Podemos perceber que Da Vinci associou os apostólos aos signos do zodiáco. Como vemos abaixo:
Simão = Áries

Simão tem o perfil bem destacado, simbolizando a cabeça ou o espírito de iniciativa, e a mão se destaca também, numa atitude impulsiva e enérgica causada pela ação, mostrando ser ele sempre pronto a pegar a espada e brigar pelos seus princípios.

Judas Tadeu = Touro

Judas Tadeu tem um semblante sereno enquanto escuta Simão (Áries) e vai digerindo lentamente suas impressões, suas mãos na postura de quem recebe algo, caracterizam a possessividade de Touro.
Mateus = Gêmeos

Mateus corresponde à Gêmeos signo duplo que rege a interação com as pessoas e a habilidade de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando o hábito geminiano de falar e ouvir à todos ao mesmo tempo. Mateus era escriba e historiador da vida de Jesus.
Felipe = Câncer

Felipe está com as mãos sobre o peito, numa atitude tipicamente canceriana. É a representação própria do signo de Câncer, sentimental, maternal, acolhedor e sempre pronto a abrir seu peito para acolher a todos. Filipe está inclinado, retratado como se estivesse se oferecendo para realizar alguma tarefa.
Tiago Menor = Leão

Tiago Menor de braços abertos revela nesse gesto largo o poder de irradiar amor. Ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções. Leão é um líder natural, intuitivo e dominador.
Tomé = Virgem
Tomé tem o dedo em riste e contesta diante de Cristo. Ele é aquele que indica o erro e mostra a preocupação com os mínimos detalhes. Virgem é analítico, exigente e muitas vezes cético. Tudo passa pela análise e pela razão, expressando o lado crítico e inquisitivo de Virgem.
João = Libra

João aparece inclinado, disposto a ouvir a todos, é manso, ponderado e procura conciliar os pareceres opostos.
Judas Escariotes = Escorpião
Judas aparece mais obscuro, mais rebelde, quase que se afastando em atitude de defesa. Era o guarda-costas de Jesus e também o responsável pelo dinheiro, por isso segura um saco de moedas.
Pedro = Sagitário
Sagitário é o político, que confabula e escolhe candidatos, organiza as sociedades tanto fisicamente quanto filosoficamente, faz as leis, e apresenta conceitos religiosos. Sua natureza é de compreender o ser humano e se identificar com a sua cultura. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual. Ele se coloca entre João e Judas.
André = Capricórnio
O signo mais responsável do zodíaco, que com seu gesto restritivo, impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria. Capricórnio tem a capacidade de administrar e concretizar as coisas de forma durável e estável.
Tiago Maior = Aquário
Tiago Maior estende o braço sobre André e sobre Pedro num sinal de amizade. É um gesto típico do aquariano, sempre pronto a atos de fraternidade, sem preconceitos ou limitações. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo liderado por Jesus.
Bartolomeu = Peixes
 Bartolomeu parece absorvido pelo que acontece à mesa e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse encontro. Ele escuta e procura ouvir a todos, não procura criticar, somente compreender com uma enorme compaixão. Ele não indica, não aponta, não discrimina. Mostra a sensibilidade psíquica e a abnegação.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meus deuses são super-heróis!

Eu me lembro de uma época da minha adolescência, lá pelos 13 anos, na qual não havia ainda internet, os videogames não eram tão avançados e a TV repetia exaustivamente os mesmos filmes na Sessão da Tarde. Assim minhas horas de folga eram muitas vezes compartilhadas com os livros do colégio e as lições de casa. Mas como tinha notas satisfatórias decidi um dia variar. Resolvi pegar alguns gibis que eu tinha sobrando na estante e dar uma olhada. O interesse e o fascínio foram imediatos sendo que naquela época as revistas em quadrinhos eram mais baratas e com a mesada que meu pai me dava eu conseguia comprar mensalmente as HQs que me interessavam. Não demorou muito para eu começar a coleção e nos meus tempos áureos cheguei a acumular mais de 500 revistinhas. Outro aspecto importante da minha juventude foi a questão religiosa, apesar das influencias católica e espírita legadas pela minha família eu nunca fui muito devoto e de certa forma não me preocupava em seguir nenhuma religião, por isso não freqüentava missas e cultos. Dessa forma, recentemente ao ler o livro Nossos Deuses São Super-heróis de Christopher Knowles percebi como os super-heróis vieram a ocupar o papel de deuses na minha juventude, me auxiliando nas definições de conceitos morais e éticos.  
O universo de super-heróis sempre impregnou nossa sociedade, desde a infância eu estava cercado por esse universo, com desenhos na TV, bonecos, camisetas, lancheiras e até roupas de cama. A adolescência não é um período fácil, afinal encaramos mudanças físicas, crises existenciais e formação de valores. Como sabemos, são nos momentos difíceis que nos apegamos à religião, sendo que só invocamos deus quando precisamos dele.
Nos últimos tempos é espantosa a quantidade de filmes que são adaptações de HQs. O cinema manda uma enxurrada de super-heróis com direito a Batman, Homem-aranha, X-men, Capitão América, Lanterna Verde, entre outros. A verdade é que os filmes contemporâneos de ação sempre extraem sua linguagem visual das HQs, como no caso de Matrix, no qual as sequências em slow motion chamadas de bullet time são inspiradas na linguagem de mangá, onde o tempo e o espaço podem ter uma relação diferente do normal. Outro exemplo é o filme 300, inspirado nos quadrinhos de Frank Miller, que demonstra uma estética inovadora para o cinema.


Hoje, os super-heróis representam para alguns o papel antes representado pelos deuses nas sociedades do passado. No mundo antigo, a cultura era inseparável da religião, assim diante de uma aflição um romano não hesitaria em se dirigir a um templo para se consultar com o sacerdote para desse modo realizar uma oferenda ou um ritual em nome de algum deus para se livrar de sua preocupação. Atualmente, muitos jovens buscam involuntariamente respostas e consolo para suas crises existenciais e morais nos super-heróis. Realmente é fácil se identificar com alguns personagens, como o Homem-aranha, que trabalha, estuda, cuida da família (Tia May), tem problemas com a namorada (Mary Jane) e ainda tem contas para pagar como todo mortal. Mas mesmo diante de tantas adversidades ele continua exercendo seu papel e isso serve de estímulo para que muitos continuem a encarar a vida mesmo com tantos problemas, afinal “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Hoje em dia os fãs não rezam para o Super-Homem ou para o Batman, porém quando vemos fãs vestidos como seus heróis prediletos em convenções estamos testemunhado o mesmo tipo de adoração que havia no mundo antigo, onde os celebrantes se vestiam como seus ídolos e encenavam seus rituais em festivais e cerimônias. Em poucos anos as convenções se tornaram celebrações de missas para os novos deuses e para a cultura popular. O cosplay se tornou uma atração importante dessas reuniões e nelas adultos e crianças se sentem a vontade para vivenciar suas fantasias vestidos como seus super-heróis favoritos.  Um grego ou um egípcio antigo poderia não identificar os personagens, mas certamente compreenderia o impulso básico por trás da representação do ritual.
Certamente não há nada de novo na devoção aos super-heróis, pois seus poderes, seus trajes e às vezes até seus nomes foram tirados diretamente das religiões antigas, como Thor, que é um personagem evidentemente baseado na mitologia nórdica. Logo, poderíamos dizer que deuses como Zeus, Apolo e Hórus foram retirados da história e colocados nas revistas em quadrinhos e mais recentemente nos cinemas. Esses deuses atravessaram o tempo e surgiram em uma época onde se tornaram símbolos da cultura popular em uma sociedade permeada por crises econômicas, guerras intermináveis e no qual o individuo não tem mais identidade.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Panther F e SU-85M

Galera, segue abaixo mais fotos do meu Panther f e do SU-85M, que participaram do Brasil Militaire. Os modelos são kits da Dragon na escala 1/35.
O Panther F foi um tanque alemão utilizado no fim da guerra na esperança de salvar Berlim da invasão dos aliados, dessa forma muitas de suas peças e cores não são originais  devido ao desespero defensivo do exército alemão. A pintura e os efeitos foram baseados no trabalho de um modelista chamado Adam Wilder, que desenvolveu uma técnica conhecida como color modulation. Essa técnica é inspirada na arte renascentista para assim criar no modelo perspectiva e noção de profundidade utilizando as cores.

Já o SU-85M é um caça tanque russo usado para combater os blindados alemães e abrir caminho para o exército soviético na frente oriental. Na pintura foi reproduzida uma camuflagem de inverno utilizando a técnica do Hair Spray.

sábado, 30 de julho de 2011

Brasil Militaire

Acabei de voltar de um evento de plastimodelismo que ocorreu na Horiginal, loja que eu geralmente compro minhas miniaturas, chamado Brasil Militaire. O evento é um encontro de plastimodelistas de militaria juntamente com seus trabalhos. No evento, ocorreu um mini concurso com votação popular, no qual tive a honra de receber dois prêmios na categoria veículos-Segunda Guerra. O tanque alemão Panther F conseguiu a medalha de prata e o soviético SU-85M ficou com a de bronze. Seguem as fotos do evento:


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sturmpanzer IV (Brümmbar)

Após a batalha de Stalingrado ficou evidente para o exército alemão a necessidade de um veículo blindado que pudesse atirar projéteis capazes de destruir edifícios inteiros com apenas alguns disparos. Não era necessário que o veículo se movesse rapidamente e nem que fosse capaz de disparar a longas distâncias, mas era decisivo que possuísse uma boa proteção. Após um processo de desenvolvimento o exército começou a aproveitar o chassis dos panzer IV que eram mandados de volta do campo de batalha, pois necessitavam de reparos. Uma superstrutura foi desenvolvida, no qual foi instalado um obuseiro de 15 cm, a partir daí, surgiu o Sturmpanzer (tanque de assalto).
O modelo é um kit antigo da Dragon na versão late sem zimmerit. O padrão da camuflagem foi inspirado em um tanque da 2ª companhia de número tático 222, que atuou na Hungria em 1945.

sábado, 11 de junho de 2011

Análise Fílmica: Avatar, Dança com Lobos e O Último Samurai

Galera, segue abaixo a análise fílmica  feita pelo Dudu mostrando as semelhanças e diferenças entre  Avatar, Dança com Lobos e O Último Samurai.



Os filmes Avatar, Dança com Lobos e O Último Samurai contam uma história praticamente idêntica, as únicas diferenças são que elas ocorrem em locais e tempos diferentes e usam recursos cinematográficos distintos. Em O Último Samurai e em Dança com Lobos as histórias ocorrem no século XIX, respectivamente no Japão e nos EUA, já em Avatar, ela ocorre em um planeta distante em um futuro próximo. Nos filmes Dança com Lobos e o Último Samurai há poucos efeitos especiais e em Avatar o seu uso é evidente, sendo que ele praticamente é feito inteiro com computação gráfica.
A história de todos os filmes conta sobre uma cultura, a cultura capitalista, que em busca de materiais valiosos tenta acabar com outra cultura: os Samurais em O Último Samurai, os Sioux em Dança com Lobos e os Na' vy em Avatar.


Em meio a isso tudo estão os personagens principais, sendo que é importante observar que em todos os filmes os personagens são marginalizados pela sociedade capitalista, isso devido a sua falta de interresse por avançar econômica e politicamente. Em O Último Samurai o persongem principal que é um renomado capitão entrou em declínio porque acaba percebendo que ele "é bom no que faz, mas o que ele faz não é bom"; sua tropas atacaram uma aldeia de indígenas indefesos e isso o deixou tão envergonhado a ponto de se jogar no esquecimento. Em Avatar temos um soldado que, após ficar aleijado, perdeu o interresse das forças armadas e foi excluído da corporação e em Dança com Lobos o protagonista é um herói de guerra que recebe o privilégio de escolher onde quer servir, ele escolhe um local isolado e inóspito, uma aldeia abandonada, para provavelmente se isolar da sociedade que o fez passar por tantas "desgraças", ou seja, a guerra civil.


Em o Úítirno Samurai e Avatar os personagens principais são contratados pela sociedade capitalista afim de subjugar uma outra cultura, em Dança com Lobos ele apenas se instala na aldeia. Nos filmes, os personagens principais acabam entrando em contato com as culturas que eles querem subjugar e  acabam se apegando, tanto que acabam se voltando contra sua cultura de origem, ou seja, a cultura capitalista e se juntam às culturas locais. Provavelmente os personagens principais devem ter se juntado a essas culturas pois elas são culturas na qual você é visto como o que você é, não pelo que você pode comprar, como na sociedade capitalista. Como os personagens são todos marginalizados pela sua sociedade, eles se sentem à vontade com a ideia de que eles ainda podem ser alguém importante em algum lugar, no caso as culturas locais.
Nos filmes o sistema capitalista tenta sobrepujar as culturas locais, Avatar é o único filme no qual a cultura consegue expulsar os capitalistas e não ser aniquilada, porém isso teve um preço caro. Como ela entrou em contato direto com a cultura capitalista, ela obviamente vai entrar em declínio e acabar desaparecendo, porém suas crenças e costumes continuarão a existir na mente de outras pessoas. É possível observar isso em o Último Samurai.


Os personagens dos filmes na verdade podem ser vistos como uma metáfora da própria sociedade capitalista, em todos os filmes os personagens foram até um certo ponto e então entraram em colapso, isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, quando o capitalismo não tiver mais espaço para se expandir, ele talvez irá para outros planetas, como  em Avatar, ele pode até se difundir para outras galáxias como se pode ver em outros filmes de ficção como Star Wars, mas um dia, ele entrará em colapso. Logo, para a humanidade se desprender das crenças capitalistas é necessário que ela volte para as culturas milenares que têm sobrevivido por tantos séculos, onde você é visto pelo o que você é e não pelo que você pode comprar, assim, talvez, a humanidade possa alcançar uma certa paz, um equilíbrio, e ser finalmente o que ela realmente é.

Eduardo Akira Ueno
Aluno 8º ano